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29.9.09
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17:12
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Trem-bala
Como todo mundo sabe, Paris é uma cidade pra lá de antiga. Isso significa que os prédios também são antigos, e por consequência, grande parte deles não tem garagem. Além disso, são poucos os lugares para se estacionar nas ruas, o que faz com que o preço dos estacionamentos subterrâneos seja estratosférico, e também que todo mundo prefira se locomover de outra forma. É aí que os trens e metrô salvam a vida dos parisienses.
Mas os trens, especificamente, são meio bizarros. Meio velhos, barulhentos, mas o pior de tudo são os banheiros: os dejetos são jogados diretamente nos trilhos! Pois é, é essa cena aí que você imaginou. Lembre-se, quando for lá, de nunca usar o banheiro quando o trem estiver parado, porque pode ficar bem esquisito. :)
Mas uma situação completamente inversa é o Eurotrain, o popular trem-bala, que liga a França à Inglaterra. Viajando a 300 km/h, o bichão é bastante confortável, e você mal sente a viagem. Veja só a classe econômica como é. E aqui uma foto da paisagem que nos acompanha por todo o percurso. Digo, todo fora do túnel, porque uma hora ele entra e atravessa boa parte do caminho de baixo d'água. E a gente aqui no Rio todo orgulhoso da ponte Rio-Niterói... :)
E assim chego em Londres para encontrar o Samuel, um dos leitores mais antigos deste blog, e que gentilmente me hospedou em uma cidade nos arredores da capital.
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27.9.09
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18:10
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La Défense
Preciso encerrar logo essa parte da França, pra adiantar o restante da viagem e terminar essa fase solo minha. O problema é que Paris é sensacional, é muito dificil riscar os assuntos. Por outro lado, este não é um blog de turismo, então não dá pra ficar muito nos detalhes.
Decidi começar a cortar os assuntos de vez. Não vou falar do Louvre nem de outros museus. Também não vou falar das igrejas. São complexos demais, e qualquer comentário seria bastante pobre para tal. Então fiquem com as fotos no flickr. :)
Mas os lugares espetaculares fora do circuito comum eu falo. E um desses lugares que mais me impressionou foi o La Défense - um mega complexo moderno nos arredores da cidade, onde ficam as empresas de tecnologia e os escritórios mais impressionantes. E logo ao lado, o maior shopping de Paris. Um lugar que vale muito a pena se visitar. Lá de cima se tem uma visão privilegiada da cidade. E reparem na ultima foto que é possivel ver os dois grandes marcos da cidade: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10.
Não deixem de conhecer quando forem lá. Ah, uma curiosidade: na época do atentado terrorista ao WTC em NY, os parisienses brincaram com o assunto dizendo que os americanos não estavam tão preparados para o terrorismo quanto eles, que desenhavam prédios onde os aviões pudessem passar por dentro. :P
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26.9.09
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16:25
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Merci beaucoup é pra jacú
Uma das coisas que eu mais estava preocupado ao vir para a França era relacionado ao idioma. Ouvi dizerem que o francês não gosta de falar inglês, mesmo quem domina o idioma. E que o melhor a fazer seria abordá-lo no melhor francês possível, e tentar jogar para o inglês depois.
É um bom conselho, mas muitas vezes inútil. Isso funciona razoavelmente bem no comércio, mas prestadores de serviços em geral, como bilheteiro do metrô, segurança, caixa de supermercado, etc, ninguem fala inglês. Por outro lado, a garotada toda fala. Ache um adolescente por perto, que ele vai querer brincar de falar inglês contigo. Talvez te dê uma informação completamente errada de sacanagem, mas ao menos você vai entender. :)
Eu, no meu francês “macarrônico”, ou melhor, como diz o meu velho amigo Bruno Dalla Fina, no meu francês “croassônico”, aprendi a falar umas 8 ou 10 frases prontas, e me garanti com elas quase sempre. Mas vez ou outra ficava zangado com a má vontade dos franceses em ajudar. Até que teve uma vez que não aguentei com um caixa de loja. Comecei a falar em francês, e no meio da frase precisei usar uma palavra em inglês. Na hora ele abaixou a cabeça e disse que não tava entendendo. Pô, o cara não devia ter nem 30 anos, eu erro uma palavra e ele não entende nada? E não poderia ser mais simpático? Acabei respondendo pra ele, em inglês:
- Sério mesmo que você não está me entendendo? Que você não fala a língua que o mundo inteiro fala? Que vergonha!
Falei isso em tom triste, de deboche. Se ele realmente não tivesse me entendendo, ele não sacaria o próprio deboche e ia achar que eu estava contando alguma história triste. Mas ele me entendeu e fechou a cara na hora. Sem poder me responder, claro. Afinal ele não sabia inglês...
Saí de lá revigorado. :)
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24.9.09
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16:44
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Só tem maluco
Coisas bizarras que acontecem lá fora. Uma meia dúzia de desocupados fãs do Michael Jackson passou por lá vestindo fantasias improvisadas (algumas nem tanto) do cantor, e começaram - acreditem - a coreografar Thriller.
E não é que algumas pessoas por perto aderiram à cena bizarra? Confiram: 1, 2, 3, 4, 5
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23.9.09
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21:30
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Monster Eiffel
Ah... a Torre Eiffel. O símbolo da cidade. Não se pode ir a Paris sem nunca ter visto como ela é do alto. Realmente o bicho é gigantesco. E construções monumentais sempre me atrairam. Mas eu só realizei o que acho mesmo dela quando um outro gringo, olhando pra cima na fila, comenta em voz alta para que eu escutasse, esperando alguma consideração minha:
- Que linda, não é?
Hummm... aquele "linda" acabou me incomodando um pouco.
- Na verdade não. :) - Como? - Pois é. Ela é monumental, fantástica, impressionante... mas convenhamos, ela é feia pra burro.
Essa hora o gringo me olhou... depois olhou pra cima... pros lados... e concluiu:
- É verdade. Ela é feia mesmo. :P
Ehehe. :) Mas isso não importa. Ela é de cair o queixo. Vejam algumas fotos aqui: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13.
E por fim uma versão dela panorâmica aqui de um site que encontrei por ai.
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20.9.09
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14:37
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Entendendo a arte
Aprendi uma coisa bem interessante por aqui.
Eu, enquanto leigo, sempre encarei a arte como uma expressão pautada pela beleza do que estava vendo. Ou, em outras palavras, se eu achava bonito, conseguia "ver" a arte ali, dava crédito ao autor, e até tentava tirar alguma conclusão maior. Mas se eu achava feio, bobagem, ou mesmo ridículo, encarava como enrolação e pronto, não olhava mais.
Na Europa as pessoas vêem a arte de uma forma muito menos fútil do que eu, e já nascem sem esse "defeito" de associar arte ao conceito de belo - que é uma herança dos gregos, onde tudo era reproduzido muito perfeitinho e certinho.
Ou seja, eu comecei a entender que a arte é o que nos provoca reações agradáveis e desagradáveis. O que causa o sentimento agradável/confortável é o que achamos bonito, e a sensação desagradável vem do feio/repulsivo.
Vou te falar que simplesmente olhar em volta com este ÚNICO entendimento faz toda a diferença. Toda.
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19.9.09
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20:35
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Sozinho
Algumas pessoas me perguntaram porque fiquei sozinho em Paris se eu disse num post anterior que tinha um brasileiro no meu albergue. Verdade, é uma pergunta justa.
Nos encontrávamos a noite pra conversar no bar do albergue, e algumas vezes para tomar uma cerveja e comer alguma coisa fora mesmo. Mas ficou somente nisso. Apesar do cara ser gente boa, alguns lugares você precisa ir sozinho, não é todo mundo que tem o mesmo pique de fazer as mesmas coisas do jeito que você planejou. Tem gente que vai ao Louvre e passa correndo pelos corredores não apreciando nada. Outros ficam 8 horas lá dentro. Cada um sabe do que lhe interessa, e em um lugar rico como Paris você deve aproveitar ao máximo do seu jeito, não do jeito de outras pessoas. Eu, por exemplo, as vezes cismo com um visual específico, e já levei até 20 minutos para tirar uma fotografia até sair do jeito que está na minha cabeça. Quem ia aguentar andar com um cara chato como eu do lado o tempo todo? :)
Ou seja, a melhor viagem é a sua viagem. Eu estava bastante apreensivo por viajar sozinho, mas quando o passeio é cultural como foi, a melhor forma é essa mesma, respeitando o seu ritmo, "lendo" as informações à sua maneira. O que nos leva ao próximo post...
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17.9.09
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21:08
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Mais uma da série "essas coisas só acontecem comigo"
Enquanto caminhava até a Torre Eiffel, dois caras vieram falar comigo, em um daqueles idiomas que a gente nem tenta arriscar de onde é. Um de uns trinta e poucos anos, e outro de uns 20 ou menos. Eles chegaram sorridentes, apontando para uma camera fotográfica na mão, e usando entonação de pergunta. Na hora entendi que era pra tirar uma foto deles, e então peguei a máquina da mão do menor. Mas o outro cara tirou ela da minha mão de volta - o que me surpreendeu na hora - porém fez isso de uma maneira delicada e simpática, e passou de volta para o cara menor. Então eu entendi de novo: a câmera, por ser uma semi-profissional (Nikon D50, uma irmãzinha mais nova da D70 da mãe do Matheus), deve ser setada antes. Eu mesmo faço isso toda hora, preparo a setagem antes, testo, e depois passo para a pessoa tirar a foto. Ou então deixo no automático mesmo, mas só em último caso, não curto muito fotos automáticas não.
Pois bem, o cara se afastou, tirou a foto na nossa direção, olhou o visor, e fez um sinal de positivo com a cabeça aprovando o resultado. Eu então fui até ele e extendi a mão para pegar a câmera novamente, quando pra minha surpresa ele apertou a minha mão me cumprimentando! Logo depois veio o outro cara e também me agradeceu pela foto!!! :O
Holy shit, o cara quis tirar uma foto comigo!! Esse era o propósito inicial! E agora, como vou explicar lá em casa se na semana seguinte eu aparecer em algum facebook gay? :P
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16.9.09
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20:17
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Experimentando um albergue
Fui embora de Barcelona triste por deixar a cidade, mas como sei que vou voltar em breve, menos mal. Destino seguinte: Paris.
Paris estava me deixando um pouco bolado. Seja por causa do idioma, que eu desconheço completamente, seja pelo fato de não ter nenhum conhecido por lá para me explicar sobre as coisas básicas da cidade (como transporte público, por exemplo), e seja pelo fato de que eu teria que ficar num albergue pela primeira vez. No aeroporto não tive muita dificuldade em achar o locar correto. O Charles De Gaule é gigantesco, mas bem sinalizado, e os funcionários são bem prestativos. Em pouco tempo achei a estação de trem que me levaria até o metrô no centro da cidade, e de lá ficaria facil.
Das várias opções de albergues disponíveis, eu preferi optar pelo que tivesse melhores condições de conforto nas intalações, o que me levou a um mais afastado dos locais turísticos. Mas como eu ia ter que pegar metrô toda hora mesmo, não fazia muita diferença ficar 15 minutos a mais.
O quarto até que era bem legal, dentro do razoável. Fotos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7. Seis camas para seis pessoas de quaisquer lugar do mundo, e exatamente ao meu lado veio parar justamente um brasileiro. Identifiquei a nacionalidade do sujeito vendo os diversos saquinhos da Mr.Cat que ele guardava suas coisas da viagem. Ora, todo mundo tem esses saquinhos, eu também usei o meu para roupa suja. :)
Pra quem quiser conferir o site do albergue, o endereço é este.
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15.9.09
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19:49
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Ruas, ruas e mais ruas
Há quatro posts eu mostrei a foto de um barzinho na área antiga de Barcelona. Vale comentar um pouco sobre como se chega por lá. A cidade tem sua área moderna, claro, mas esta é a área antiga, uma espécie de Lapa do Rio de Janeiro, porém limpa e com ruas menores, bem menores, onde não passa carro.
A sensação de passar por essas ruelas é diferente de tudo o que estamos acostumados no Brasil. Parece que a qualquer momento vou esbarrar com uma gangue de Montéquios implicando com outra dos Capuletos. :) Ok, eu sei que a história se passa na Itália, mas eu quis retratar um pouco do espírito. Entenda um pouco mais com essas fotos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7.
Impressionante, não? São quilometros de emaranhado de ruas nesse estilo. É comum descobrir um barzinho nelas, e nunca mais encontrá-lo novamente. :)
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14.9.09
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19:58
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Folclore brasileiro
Enquanto eu estou em viagem, a tia Sabinne teve a idéia de levar o Matheus ao cinema, e depois lanchar. Lá do restaurante surge a seguinte perola:
- Tia Sabinne, você gosta de folclore? - Gosto, Matheus, por que? - A gente tá fazendo uma peça sobre folclore. Meu grupo é das sereias. - Que legal, Matheus! E os outros, quais são? - Ah, tem vários! Saci, Boitata... - Ahn, entendi. E o que é mesmo um Boitata? - Ih... hummm... deve ser um boi que concorda com tudo...
Ahahaha! :D
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13.9.09
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15:12
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Mínimos detalhes
Se tem uma coisa que eu fico impressionado é com a habilidade de alguns governos de resolver pequenos problemas ou incômodos do dia a dia. Um pouco de boa vontade dos políticos, criatividade, e uma verba moderada podem fazer uma grande diferença.
Algumas coisas nesse sentido me chamaram muito a atenção em Barcelona. Mas a idéia mais sensacional que vi foi o indicativo de vagas nos estacionamentos. Veja essa foto ao lado e repare nas luzinhas logo acima dos carros: vermelha para quando a vaga está ocupada, e verde para quando está livre. As vagas tem um pequeno sensor medidor no topo, que faz esse controle. Entao quando você está lá longe, sabe quais vagas estão livres por causa da fila de luzinhas.
Mas tem mais: essas informações vão para uma central que indica, no inicio do corredor, quantas vagas existem disponiveis (este numero aqui). E no caso de um estacionamento com vários andares, o total ainda é exibido na frente da rampa, assim o motorista sabe se deve continuar subindo, depois sabe em qual corredor deve entrar, e por fim sabe exatamente para qual espaço deve ir.
Sensacional, não? Tem mais:
O Metrô O metrô de Barcelona também tem seus melhoramentos que valem ser mencionados. Em primeiro lugar existe um cronômetro indicando quanto tempo falta para o próximo trem. Coisa simplérrima de fazer, é só ter um sensor na saida da estação anterior, e exibir o dado na estação seguinte. Além disso, o painel com as estações dentro do carro tem essas luzinhas, indicando sempre aonde você está, evitando ter que ficar procurando desesperadamente o nome do lugar no lado de fora. E por ultimo, vagões unidos, com um grande espaço interno sem divisão por vagões, como é no Rio de Janeiro. Se aonde você entrou está cheio, ande mais pra frente até ficar mais confortável.
Pequenos detalhes, que fazem uma diferença e tanto no serviço...
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10.9.09
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01:08
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Extreme Topless
Outra coisa curiosa por aqui é reparar em como o europeu encara a nudez. Eu já sabia que o topless era uma prática comum das praias de Barcelona, mas a real impressão que se tem é de que eles estão numa busca constante pelo choque. A hora que ficar de peito de fora ficou banal, começou a onda de ficar completamente sem roupa. Detalhe: eu não estou falando de uma área afastada da cidade, mas sim de uma praia no meio do centro urbano. Em termos de Rio de Janeiro, é como se o topless fosse amplamente utilizado nas praias de Leblon e Ipanema, mas ali no posto 12 do Leblon a onda fosse ficar peladão completamente. Então fica tudo misturado, gente de roupa de praia, gente com parte da roupa de praia, e gente sem nenhuma roupa de praia. :P
Achou estranho? Então olha essa: nem todo mundo tira a roupa quando chega na praia. Tem gente que vai desse jeito pra lá. De chinelo, pochete com a carteira, chapéu na cabeça, E SÓ! :S
Se o calçadão não fosse recheado de placas dizendo ser proibido fotografar, eu mostraria aqui um pouco do que eu estou falando.
Não é à toa que tem tanto turista tomando café da manhã na beira da praia. :)
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8.9.09
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17:18
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Primeira noite
Uma coisa que eu NÃO vou fazer é ficar retratando dia após dia da viagem, até porque ninguém ia ter saco pra ler tudo. :)
Mas vale contar como foi o meu primeiro dia aqui, sábado passado, quando conheci dois sujeitos gente boa amigos do Leandro. Lembrando que por ser sábado, não existe a menor possibilidade de não sair de casa. Eu estava quase virado, mas não seria eu a quebrar uma tradição local, então fui nessa com os quatro. Apenas iria "pegar leve", no entanto, porque eu não ia ter forças pra ficar muito tempo acordado.
Ahaha, ledo engano. Os caras têm o hábito de ficar passando de bar em bar durante a noite. Neste dia fomos ao todo em TRÊS bares, e depois disso num cassino. :P A comida da moda aqui são os "tapas", que são petiscos deliciosos de bar, e é claro cada um tem a sua especialidade. Então eles vão aos bares aproveitando o que cada um tem de melhor, e bebendo em cada um deles, claro. O cassino de fim de noite foi porque estava tendo uma etapa importante aqui em Barcelona do campeonato europeu de Texas Hold´em (poker), então todo mundo queria assistir.
E quando eu achava que não aguentava mais, lembramos que as 3 da manhã iria começar o jogo Brasil x Argentina, que assistimos inteiro, claro.
Ou seja, um programinha light, bem rápido, só porque eu estava cansado. :) Mas reflete bem a agitação desta fantástica cidade.
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6.9.09
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20:42
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Chegando na Europa
-...E agora vamos passar para nosso correspondente na Espanha. Bom dia, GG! Como está o tempo aí?
Muitissimo bem, diga-se de passagem. Que lugar sensacional é Barcelona! O tempo tem estado perfeito, as pessoas são ótimas (meu anfitrião diz que não tanto, mas eu não tenho do que reclamar), e a cidade é belíssima! Aos poucos eu vou contando o que der.
Mas primeiro vou falar da vinda, que é sempre um parto pra mim (vide as duas sofridas no ano passado, esta e esta). Eu sempre - SEMPRE - peço para ficar no corredor quando compro uma passagem. Em parte porque eu posso decidir me levantar a hora que quiser sem incomodar ninguém do lado, e parte porque é mais confortável poder esticar os pés pro lado de noite. O chato só são as pessoas tropeçando de noite por causa disso. :)
Mas então, logo que entro no avião, percebo que ao lado do meu assento está um garoto com olhar de cachorro abandonado. Enquanto coloco minhas coisas no bagageiro, vejo que ele estava esperando o "eye contact" para falar comigo. Ok, vamos ver o que ele quer:
- Moço, o meu pai está na cadeira lá atrás porque não tinha mais lugar junto pra nós dois. Você pode trocar com ele, pode, hein?
Ai, caramba!
- Onde está o seu pai?
Ele nem precisou responder, porque o cara estava já acenando pra mim lá do lado do banheiro, no corredor do meio do avião! Era só o que me faltava: imagina se eu ia querer ficar ouvindo abre-fecha de porta de banheiro o vôo todo, né? No way. Quem me conhece já sabe bem qual foi a minha resposta:
- Tá bom, carinha. Chama lá o seu pai pra ficar com você.
Pois é. Quando tem criança não dá. E olha que o garoto nem era mais criança, mas deixa pai e o filho ficarem juntos. Eu ia querer que fizessem o mesmo por mim.
Então lá fui eu sentar lá no fim do mundo, onde o carrinho de comida chega por ultimo, e quase sempre sem duas opções de refeição, mas sim com o que sobrou. :/
No entanto, como se fosse uma recompensa divina, vejo ali pertinho de mim os únicos dois lugares LIVRES do avião! Numa olhada rápida em volta vejo que outros dois caras também já tinham identificado a oportunidade. Só que a gente sabe que só se pode cogitar trocar de lugar depois que as portas se fecham, porque os donos legítmos podem chegar a qualquer hora. Mas eu não estava afim de disputar corrida com eles, então apostei no não embarque dos donos do lugar, e fui pra lá de uma vez. Os caras me olharam como quem dissesse "Ei, isso não vale!", mas já era, tio, peguei. Só saio daqui se os donos chegarem - o que me faria pagar o maior micão, principalmente entre os meus "adversários".
Momentos tensos até o tão esperado som de portas se fechando, e compressor de pressurização sendo acionado. Beleza, acho que finalmente eu terei um vôo confortável: um lugar duplo, um lexotan (que desta vez eu iria tomar inteiro, e não metade como da outra vez que não fez diferença alguma), e o meu super encosto de cabeça com conexão para iPod. Vamos nessa!
No, not this time, baby É... não funcionou DE NOVO. Não consegui dormir, apesar de dessa vez ter dado algumas cochiladas espaçadas, mas o fato é que eu estou constatando que só consigo mesmo dormir deitado. Deve ser isso.
Ao menos o filme de bordo que eu escolhi ver era interessante. E me rendeu essas fotos aqui na chegada em Portugal: 1, 2, 3 e 4.
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4.9.09
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00:49
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Drama de última hora
Matheus entra no meu quarto e me vê fechando a minha mala. E fala, todo dramático:
- Pois é. Você tá indo. Agora eu vou passar pelo seu quarto e ver a cama vazia.
Eu parei o que estava fazendo e continuei ouvindo, pra ver até onde ia. :)
- Não vou mais conversar com você de noite... não vou mais ouvir você reclamando comigo quando eu derrubo as suas coisas... que triste.
Rapaz... que assustador. Eu era (sou?) igualzinho a ele, todo dramático. :)
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3.9.09
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10:42
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Do trabalho pro aeroporto
É amanhã. Finalmente chega o dia da viagem. Bate um frio na barriga, e eu faço exatamente o que não devo - a pior procura possível no Google, numa atitude completamente masoquista: 15/1, 13/2, 25/2, 20/5, 31/5, 29/6, 15/7, 16/8
Ok, agora já deu, né? Acabou o sofrimento, faz favor. Amanhã é o meu, e ninguem aguenta passar por mais essa de novo.
Anyway, certamente vou atualizar o blog lá da Europa. Eu não consigo ficar muito tempo longe desse nosso cantinho. Espero que o Matheus não brigue comigo de novo por isso, como dessa vez. :)
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1.9.09
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17:34
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Tan Hong Ming apaixonado
Que bela propaganda sobre o preconceito racial, usando crianças. Já assisti umas 10 vezes, e vou guardar aqui no blog para ver mais um monte.
Apreciem: http://www.youtube.com/watch?v=UehSJlOQj2I&
E como bônus, apresento uma sobremesa impressionante: um vaso de planta comestível. Baixe a imagem com os quarenta passos necessários para sua criação aqui, e bom apetite. ;)
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Não, não acabou!
Ainda tem muito mais aqui.
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