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23.11.02
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21:53
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Antropologia momentânea
Engraçado como é o comportamento social infantil. Levamos o Matheus a um casamento no final de semana passado, e, como era de se esperar, haviam outras crianças. Umas da mesma idade, outras um pouco maiores. Então fiquei observando a interação entre eles:
Após ver o grupo de crianças, o Matheus foi se chegando assim, bem lentamente, com um sorriso meio como quem diz "isso que vocês estão fazendo é legal, e eu quero brincar também". Em pouco tempo ele identificou o líder, que era o mais bagunceiro e também o maior de todos, e soube que para entrar no grupo teria que ter a simpatia dele. Daí pra frente a coisa começou a ficar interessante, ainda mais se analisarmos esta estratégia de abordagem como feita por uma criança de 2 anos.
O alvo estava travado. Começou então a fase da conquista pela imitação. Ainda de longe, o Matheus imitava de leve o que o garoto fazia, tipo, se o outro pulava, ele pulava também. O garoto então começou a gostar disso, e a retribuir com sorrisos. E pouco a pouco o Matheus ia chegando mais perto da turminha. Então foi a hora do teste do grito. Eu já tiha visto ele fazer isso antes, mas nunca acompanhei a história desde o início como dessa vez: o Matheus sugeriu um grito e o menino gritou tambem, assim como os outros. Logo estavam todos eles soltando gritinhos curtos e altos desordenadamente. Sim, essa parte é bastante irritante.
Mas não acabou. Ele já estava aceito, mas restava saber se aquele grupo estava dominado ou não. O Matheus não gosta de ser um cordeiro, ele quer ser o Lobo. Então ele simplesmente saiu em disparada em volta da piscina. Uma menina na mesma hora foi atrás, seguido pelo resto deles. Pronto, foi aquela algazarra. Algum tempo depois o grupo dispersou, até porque as outras mães não gostaram de ver seus filhos brincando em volta da piscina. Sobrou quem, por último? O garoto maior de todos. Ele viu que, em matéria de bagunça, tinha encontrado um desafiante à altura.
É, filho, você deve ser terrível na escolinha.
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13.11.02
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23:30
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Suco amarelo
Quem já tentou oferecer uma bebida ao Matheus sem ser leite ou água sabe bem que ele só bebe uma coisa: suco amarelo. Isso mesmo, suco amarelo! Começou com cajú, que ele bebia bastante quando era bem bebezinho. Daí pra frente ele passou a identificar o seu menu líquido como "cristalino", "marrom" ou "amarelo", sendo os dois primeiros água e Nescau.
Só que, quando a gente percebeu que o lance era a cor, já que ele recusava uva mas encarava abacaxi (vai entender...), passamos a chamar a cor laranja também de "amarelo", o que ampliou o seu menu para também suco de laranja e maracujá.
Então beleza, já tinhamos aí uma bela crescida nas opções. O suco preferido dele passou a ser de laranja (esse aí da foto), mas ele continuava recusando uva, mate, etc. Até que nos veio finalmente a luz: comprar um copinho não-transparente, e da cor preferida dele: amarelo/laranja! Assim, tudo passou a se enquadrar no seu exótico e rigoroso gerenciamento de bebidas, e hoje ele mesmo pede o seu "suco amalelo" no novo copinho do cachorrinho.
O engraçado agora é que ele diz que o suco do papai é preto. Acho que eu tenho que parar de comprar Coca-cola... :)
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11.11.02
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10:43
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Rain man
Já faz um tempinho que o Matheus começou a ter umas manias inexplicáveis na hora de sair pra rua. Elas começam já no corredor da porta de casa, onde ele precisa cumprir rigorosamente o ritual de andar em cima de todos os tapetes dos apartamentos do hall. O elevador pode ter chegado, com gente dentro esperando, mas se ele não dá pelo menos uma volta completa ele não entra no elevador. Parece até que está jogando baseball. :)
No que diz respeito à Camille e eu, achei que fossemos ficar apenas naquele constrangimento entre nós e o pessoal que está esperando dentro do elevador, que por sua vez usam todos os "sinais" possíveis para indicar que estão com pressa, que vai desde uma olhada no relógio, até o pezinho batendo ritmadamente no chão. Isso quando não tem um que desconta no botão do térreo no painel do elevador.
Mas agora o Matheus resolveu (no sentido mais ditatorial possível) que nós temos que participar também. Se nós estamos passeando pela calçada, e passamos por uma tampa de bueiro, ai da gente se desviarmos dela. Temos que passar os três por cima, sendo que primeiro é ele, depois a mamãe, depois o papai. Mico? Imagina...
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Não, não acabou!
Ainda tem muito mais aqui.
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